Ao longo da vida todos aprendemos que exercício físico e alimentação saudável são importantes para a nossa saúde. Da mesma forma é já também amplamente divulgado que ter hábitos de sono saudáveis, não fumar e reduzir os níveis de stress, por exemplo, são fatores relevantes para a manutenção de uma saúde física (e mental).

No entanto, a importância do conhecimento das estratégias que auxiliam ao funcionamento eficaz dos pensamentos, das emoções e dos comportamentos não é divulgada da mesma forma. Ou seja, as estratégias de promoção da saúde mental não têm tido o mesmo tipo de atenção. Encontram-se duas razões principais para esse facto: 1) o estigma e conotação negativa a que é associada a falta de saúde mental; 2) o carater individual inerente à saúde mental. Ou seja, a promoção da saúde mental não pode ser feita apenas através de aplicação de estratégias generalizadas. Cada indivíduo é único e diferente, com um histórico e quadro de valores particular e carece, por isso, de uma terapêutica individualizada.

Como plano de ação é por isso urgente evidenciar o papel da saúde mental e tratá-la com a mesma relevância e atenção que tratamos a saúde física, pois ambas estão amplamente interligadas. Por outro lado, e sabendo que a adoção de estratégias generalizadas não é eficaz por si só (pois uma estratégia pode ser indicada para uma pessoa e não para outra) é importante garantir o acesso a um profissional de saúde mental que possa auxiliar na identificação das estratégias mais adaptativas para a promoção da saúde mental de cada indivíduo.

É ainda importante referir que o papel do profissional de saúde mental, não é apenas relevante na intervenção, quando existem sintomas de uma patologia evidente. A prevenção deve ser cada vez mais uma prioridade, no sentido da promoção de uma saúde mental ao longo da vida.