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Como lidar com uma doença crónica?

As doenças crónicas são doenças prolongadas que raramente têm uma cura completa e que afetam o normal funcionamento do indivíduo. Em Portugal, 54% da população sofre de, pelo menos, uma doença crónica.

As doenças crónicas são a principal causa de incapacidade e têm consequências sociais, económicas e psicológicas. Exigem assim, uma adaptação psicológica em vários domínios da vida.

Ao longo do tempo, estas doenças vão provocando alterações profundas, conduzindo a uma diminuição do bem-estar e da qualidade de vida da pessoa doente. As tarefas adaptativas são diversas: gestão da dor e sintomas, preservação da funcionalidade, da auto-imagem e da auto-confiança, do equilíbrio emocional e do sentido de competência, restabelecer relações importantes.

A adaptação à doença deverá passar também pela adaptação da família, potenciando o sucesso terapêutico e psicológico da pessoa doente.

Existe uma enorme heterogeneidade no modo como pessoas se adaptam a estas doenças, sendo essencial compreender o processo dos indivíduos com adaptação positiva.

A adaptação à doença depende de caraterísticas pessoais, bem como da sua interação com o meio envolvente. Depende de factores como: o género, a idade, a etnia, características de personalidade, estatuto socioeconómico, escolaridade, as avaliações cognitivas que a pessoa faz da sua doença, relações interpessoais e suporte social, estratégias de coping ou a própria evolução da doença.

Os mecanismos de defesa e as estratégias de coping, representam os esforços do indivíduo para manter um bom nível de funcionamento emocional. A principal diferença entre eles é que os meanismos de defesa são um processo psicológico inconsciente, enquanto que as estratégias de coping se referem a um processo consciente e intencional.

As estratégias de coping mais eficazes são as de coping ativo ou de aproximação à doença, que se caracteriza pela procura de informações, gestão da dor, resolução de problemas, procura por apoio social, técnicas de relaxamento. Estas estratégias levam a uma melhoria de humor.

Os profissionais de saúde têm um papel importante no processo de adaptação do doente. Os profissionais devem observar o processo que está a ser desenvolvido e facilitá-lo.

O apoio psicólógico pode ajudar a melhorar o processo de adaptação, intervindo com a pessoa doente e, quando necessário, com a família. O psicólogo pode ajudar a melhorar a visão e atitude sobre a doença, a desenvolver melhores estratégias adaptativas e a entrar em contacto com as emoções em relação à doença. Poderá contribuir assim, para a melhoria da qualidade de vida da pessoa doente.

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