Será a atividade física uma aliada da saúde mental?

A prática regular de atividade física é já reconhecida como um dos principais fatores de promoção de saúde, tendo um importante papel na prevenção e tratamento de várias doenças crónicas, algumas das quais constituem as principais causas de morte em Portugal (DGS, 2020). De facto, o seu importante papel é reconhecido pelas várias organizações de saúde, que emitem regularmente um conjunto de medidas que visam a promoção da prática regular de atividade física.

Sabia que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que adultos e idosos pratiquem atividade física de 150 a 300 minutos por semana? E que as crianças devem praticar 60 minutos de atividade física por dia?

É verdade! Enquanto parte de um estilo de vida saudável, a atividade física tende a melhorar a qualidade de vida e está associada a um menor risco de doenças coronárias, acidentes vascular- cerebrais, excesso de peso e obesidade, cancro, quedas de idosos e mortalidade global (Gouveia, Marques, Carvalho & Almeida, 2012). Para além disso, está comprovado que ser-se fisicamente ativo ajuda a resistir melhor ao stress, a preservar as funções cognitivas, a melhorar a autoestima e a autoimagem, a diminuir o risco de depressão, a melhorar os sintomas de ansiedade e, ainda, a aumentar a sensação de bem-estar e otimismo (Vasconcelos-Raposo, Cunha e Teixeira, 2021).

Ser-se mentalmente saudável implica sentirmo-nos bem connosco próprios e com o mundo que nos rodeia, o que nos permitirá lidar eficazmente com as adversidades do nosso dia a dia. E, na verdade, a prática de atividade física proporciona uma sensação de bem-estar, otimismo e relaxamento. E porque é que isto acontece? Porque quando nos exercitamos, o nosso corpo potencia a libertação de endorfinas, dopamina e serotonina, que são substâncias produzidas naturalmente pelo nosso cérebro durante e após a prática de uma atividade física. Estas substâncias são muitas vezes designadas por “hormonas da felicidade”, pelo que contribuem para uma diminuição de sensações dolorosas e, consequentemente, para a redução das sensações de depressão e angústia, sintomas de ansiedade e, ainda, para uma alteração positiva do humor.

Além disso, a prática regular da atividade física pode melhorar a autoestima e autoimagem, não só pelas alterações ao nível físico, mas também por estarmos a dar prioridade a nós mesmos. Este momento de autocuidado tem, naturalmente, um impacto significativo na forma como nos sentimos, nos vemos e nos posicionamos no mundo que nos rodeia. De igual modo, a superação dos objetivos a que nos propomos na realização de determinada atividade conduz a um aumento da autoeficácia, sentindo-nos mais capazes de realizar a atividade com sucesso, o que pode ser transferido para outras tarefas igualmente importantes para nós.

Posto isto, sim, a prática regular da atividade física é uma ótima aliada da saúde física e mental, contribuindo de forma significativa para a bem-estar geral da pessoa, em todas as idades.

Sabia que apenas 10 minutos de uma caminha intensa tem o poder de melhorar a agilidade mental, os níveis de energia e o estado de humor? Se praticada de forma regular, a atividade física é passível de aumentar a autoestima, reduzir os níveis de stress e prevenir problemas de saúde mental, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida em geral (Vasconcelos-Raposo, Cunha e Teixeira, 2021). E porque não começar já hoje? Faça da prática de atividade física o seu momento de autocuidado.

Lembre-se qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma. Por isso, procure uma atividade que goste e lhe dê prazer, estabeleça objetivos importantes, procure uma companhia ou um profissional de exercício físico para o ajudar. Crie um compromisso consigo!

Se necessitar que precisa de apoio para aderir um programa de exercício físico, procure um Psicólogo! O Psicólogo pode ajudar.

Cuide da sua Saúde Mental!

Referências

DGS (2020). Programa Nacional para a Promoção da atividade Física. Lisboa: Ministério da Saúde.

Gouveia, M.J., Marques, M., Carvalho, C. & Almeida, P. (2012). Atividade física: Uma perspetiva psicológica. In I. Leal, F. Pimenta, & M. Marques (Coord.), Intervenção em Psicologia Clínica e da Saúde: Modelos e Práticas. Lisboa: Placebo Editora.

Vasconcelos-Raposo, J., Cunha, B. & Teixeira, C. (2021). Exercício Físico e Saúde Mental. In. I. Leal & J. Ribeiro (Coord.), Manual da Psicologia da Saúde. Lisboa: PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação