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O distúrbio de Ajustamento

Por definição o comum desajustamento, em Psicologia, o Distúrbio de Ajustamento refere-se à incapacidade de reagir com sucesso ou satisfactoriamente às exigências do ambiente, um transtorno de ansiedade caracterizado quando pelo desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais desajustados em resposta a um agente provocador de stresse [...]” (Vd. DSM-5-TR). (De notar que há uma enorme diferença entre esta questão e o Stress Pós-Traumático, este desencadeado por um evento esmagadoramente traumático). O agente stressor pode ser tão variado, que nenhuma lista incluiria todos. Pode ir desde um simples evento, como o fim de uma relação, luto, dificuldades no emprego, até relações sexuais insatisfatórias, doenças crónicas, terrorismo, desastres naturais, e tantos outros.

A exposição constante a este agente vai fazer com que o desajuste se torne exponencialmente mais profundo e as suas consequências mais graves, por não encontrar um momento de nãoexposição de forma a reduzir os níveis de desconforto e ansiedade. Neste momento específico da nossa civilização, no qual vivemos, com a persistente imersão num colectivo social, esta possibilidade de sobre-exposição é uma constante realidade e tende a aumentar toda a sintomatologia e, acima de tudo, o mal-estar interno de alguém que, por norma, já se sente mal ajustado

De um modo geral, é quase inevitável que não nos suceda a todos, num ou noutro momento, aquela invasão de um pensamento do tipo “Não posso fazer/ ver X ou Y porque me vai fazer mal (i.e., stressar, fazer explodir...)!”. Isto será comum. É um comportamento evitativo, uma tentativa de gerar um momento de não-exposição, e existe como mecanismo de defesa para a protecção do nosso “eu”. O perigo está quando este pensamento disfuncional se torna persistente, invasivo e limita os nossos graus de liberdade, criando ou tornando um desajuste em algo progressivamente patológico que definirá o surgimento ou agravamento de um distúrbio.

A grande questão está em como identificar esta questão em nós próprios? O melhor indicador é quando o individuo sente que experiencia mais stress do que seria normal, perante determinados elementos stressantes ou acontecimentos inesperados, causando este stress problemas significativos, e dificuldade em funcionar, nos aspectos mais variados da sua vida como nas suas relações, no trabalho ou em casa. Os sintomas mais comuns, em adultos, serão:

  • Preocupação
  • Insónia
  • Tristeza
  • Dificuldade em Concentração
  • Ansiedade
  • Comportamento Disruptivo ou Zanga
  • Perda de Autoestima
  • Sentimento de Prisão e Ausência de Opções
  • Sentimento de Isolamento
  • Abuso de Substâncias

As formas de tratamento...

De uma forma geral, este distúrbio tende a ser visto como temporário e uma reacção considerada “normal” a um evento stressante que, contudo, precisa e deve ser endereçado. A melhor escolha para abordar esta questão será a psicoterapia cognitivo-comportamental e integrativa, direccionada para a procura de emoções e condutas mais adaptativas de forma a lidar com o agente stressor de uma forma mais eficaz, no momento, e no futuro. Esta abordagem ajudará a encontrar ainda os elementos e as causas da depressão e ansiedade, ajudando a uma redução do mal-estar constante e das reacções mal-ajustadas e causadoras de tanto desconforto.

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